Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã, me sorri um sorriso pontual, e me beija com a boca de hortelã. Aí Chico, não me leve a mal usar essas palavras para explicar algo de nosso cotidiano. É que as autoridades encontraram um novo complemento paisagístico para a nossa Avenida Getúlio Vargas, que não está nada satisfeita. Com a palavra a Avenida: – Todo dia ela, a varredeira, faz tudo sempre igual, me sacode logo de manhã, me sorri um sorriso pontual e com suas dignas vassouradas, deposita as sujeiras da natureza e dos parvos seres humanos em sacolas plásticas pretas, depositando-as no passeio e ali elas, as sacolas plásticas pretas, em fila indiana, ficam o dia todo esperando o recolhimento, ficam “enfeitando” o passeio o dia todo, desde o PTC até os fundos da Praça Dom Eduardo. Aí a varredeira se despede após o digno trabalho e me beija, só que não é com boca de hortelã, e sim com boca de amanhã, pois todo dia ela faz tudo sempre igual e todo dia a nossa avenida-mor se vê “ornada” com aquela feiura. Tenho dito!
* Texto e foto (24/07/2017): Eitel Teixeira Dannemann.