A construção da Matriz de Santo Antônio, desde o lançamento da pedra fundamental (13 de junho de 1934), durou longos 20 anos. Houve uma série de contratempos e fatos pitorescos. O jornal Folha Patense publicou em sua edição de 31/10/1938 alguns dados históricos a respeito. Na edição de 21/11/1938 o mesmo jornal destacou o seguinte:
Os paroquianos não mediram esforços e no lugar demarcado, iniciaram a coleta das pedras. Foram transportadas em carros de bois e no caminhão de Aurélio Caixeta de Melo (Serra dos Queiroz) por Manuel Caixeta de Queiroz e Teófilo Fernandes Canedo, e Fazenda Conceição (Próximo à Agroceres). O arrancador de pedras foi José Manquinho e os carreiros, Juquinha e João Doido.
Ao lado das informações acima, foi publicado um interessantíssimo texto de Deiró Eunápio Borges Júnior:
A propósito da construção da Nova Igreja Matriz, nossa imponente Catedral de Santo Antônio, lê-se à página 7 desse conceituado jornal, edição de 31/10/38, sob o título Acervo Cultural – História da Vila de Santo Antônio, que “Foram várias as opiniões referentes à construção da Nova Matriz; que o local sugerido em 1892 foi o largo do Rosário (jardim onde se encontra o busto de Dr. Olegário Dias Maciel). Não foi aceito. A Nova Matriz foi construída mais afastada, no Largo da Antiga Igreja”.
Ora, na década de 30 (07/09/30 – 05/09/33) deste quase expirante século, o Dr. Olegário Maciel exerceu o cargo de Presidente do Estado de Minas Gerais. Posteriormente, já falecido o Presidente, relatou-me o saudoso Monsenhor Manoel Fleury Curado que, pretendendo ele, Monsenhor, construir a Nova Igreja na Avenida, atual Avenida Getúlio Vargas, o Presidente Olegário não anuía à sua pretensão; que, instando ele Monsenhor e o então Bispo de Uberaba, Dom Luiz Santana ou de Santana com o Dr. Olegário, para que se aquiescesse àquele desiderato, o Presidente afinal concordou e enviou a esta Cidade um Engenheiro, com a incumbência de ver em que local da Avenida se construiria a Igreja. O emissário opinou que o local apropriado à construção pretendida seria aquele em que se erigiu o busto referido ou proximidade deste. Começando Monsenhor a medir o terreno indicado pelo Engenheiro-Emissário, com vistas à construção da Igreja, o senhor Clarimundo José da Fonseca Sobrinho – Camundinho, salvo engano à época Prefeito Municipal e em 1936 eleito Prefeito pelos vereadores da facção política então dominante no Município, disse-lhe, a Monsenhor, que o Dr. Olegário não queria que se construísse ali a Igreja, pois queria ver de sua casa a Escola Normal que se construiria ou se estava construindo por determinação sua.
O que tinha a ver Olegário com construção de igreja, perguntei a Monsenhor.
Mandava até na Igreja.
Não perguntei ao caríssimo Monsenhor Fleury por que razão, não se tendo permitido a construção da Igreja em terreno levantado, foi edificada em um quase buraco.
Com este relato, modesta contribuição do signatário para a História da construção da Nova Matriz – Catedral de Santo Antônio de Patos, e protestos de consideração e apreço ao ilustre Diretor-Editor, subscrevo-me.
Atenciosa e cordialmente,
Deiró Eunápio Borges Júnior
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte: Arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH)A do Unipam.
* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 09/02/2013 com o título “Nova Matriz em Construção na Década de 1940”.