Na década de 1970, Pedro Paulino dos Santos e sua esposa Alvarina Cândida da Silva eram proprietários de uma fazenda no Município de Presidente Olegário. Cândida Alvarina da Silva, uma das filhas, relembra o passado: “Papai vendeu a fazenda e comprou esta casa de um sr. chamado José Tomazinho. Viemos todos, dez irmãos. Aqui, papai não se deu muito bem na vida e acabou morrendo sem dinheiro há uns dez anos. Mamãe morreu dois anos antes. Hoje só eu vivo aqui, sozinha, e há muito tempo faço a distribuição do leite de soja fabricado pela Prefeitura”. Perguntada a idade, Cândida respondeu com um sorriso: “Estou já cansada, meu filho”. A dedução é de setenta e poucos anos. A casa, localizada à Rua Anicésio Vieira no Bairro Rosário, é uma típica construção ao estilo José das Chagas¹, mas com duas características que ele pouco aproveitou: um nicho no alto da parede para a guarnição de uma estátua de santo(a) e um espaço acima do vão do alpendre para a colocação de frases religiosas ou não. Em estado lastimável, D. Cândida informou que não tem condições de reformar a casa e que os irmãos estão querendo vendê-la para repartir a herança. Mas ela finaliza: “Papai e mamãe me deram a casa, é minha e daqui ninguém me tira”.

* 1: Leia “Estilo José das Chagas, O”.

* Texto e foto (05/05/2015): Eitel Teixeira Dannemann.