Pertencente à família Gerbillinae, o pequeno roedor Duprasi (Pachyuromys duprasi) é o único membro do gênero Pachyuromys. São conhecidos também pelos nomes de Gerbil rabo-de-gordura ou Gerbil duprasi. O nome “rabo-de-gordura” é porque ele acumula gordura e água na cauda de forma semelhante como o camelo o faz em sua corcova. Uma cauda bem “gordinha” é sinal de que o Duprasi está com boa saúde. Sendo muito parecido com os demais gerbis, é justamente o “rabo-de-gordura” que o diferencia dos demais.
O Duprasi vive naturalmente no norte ocidental da África, no deserto de Saara (geralmente no Egito, Líbia, Tunísia e Argélia), em tocas de cerca de um metro de profundidade que ele mesmo cava nas areias de vegetação escassa, oásis e vales rochosos. Não é raro que, confortavelmente, ocupe tocas desocupadas de terceiros. O zoólogo francês Fernand Lataste foi quem primeiro o descreveu após uma visita à Argélia em 1880, num trabalho publicado na revista Le Naturaliste.
É um roedor muito pequeno e delicado, chegando quando muito a 10 cm de comprimento mais 5 cm de cauda que pode pesar mais de 40 gramas, o tal “rabo-de-gordura”. O pelo é grosso, mas macio e sedoso, geralmente castanho claro com alguns fios pretos. A barriga é branca. O corpo é um pouco arredondado e achatado, parecendo uma pequena bolinha de pelos quando está em repouso. Os olhos de forma oval são acentuados e negros. As orelhas são posicionadas para trás e as pernas relativamente curtas. Em cativeiro a expectativa de vida é de 5 a 8 anos, idade que não costuma alcançar quando livre na natureza.
No seu meio ambiente natural os Duprasi se alimentam de insetos (larvas, grilo, traça, besouro e outros) e algumas variedades de vegetais e frutas. Em cativeiro, cenoura, couve-flor, chicória e maça são bem vindos para eles juntamente com as rações tradicionais de outros roedores de companhia. Ramos e galhos são ricos em vitaminas e muito adequados para além do seu alimento básico, especialmente no inverno. Também é bom para os dentes, porque eles continuam a crescer em toda a sua vida e roendo eles mantêm seus incisivos no comprimento certo. Entretanto, não se deve exagerar nos legumes e verduras pelo risco de provocar diarreia.
A gaiola ideal para o Duprasi deve medir no mínimo 60 x 40 cm e contar no máximo quatro indivíduos. Como eles gostam de cavar, deve-se proporcionar uma cama de, por exemplo, aparas de madeira, desde que não sejam de pinho ou cedro pelo fato do risco de provocar alergias respiratórias. Como na natureza ele cava tocas, é conveniente ter uma caixa de areia. O ato de cavar na areia está também relacionado com sua higiene, pois o ato é uma espécie de “banho” para impedir que sua pele fique muito oleosa. Há a necessidade de um ninho como se usa para os demais roedores de companhia, assim como todos os demais acessórios, desde os brinquedos até vasilhas para água e alimentos.
Os Duprasi são roedores sociáveis comumente vivendo em colônias, mas não é raro um indivíduo viver solitário e só procurar seus parentes quando na época da reprodução. Em seu habitat natural são mais ativos ao entardecer, quando a temperatura se ameniza com a chegada da noite. Em cativeiro, porém, a maioria deles é ativa durante o dia com grandes intervalos de sono profundo. É comum alguns indivíduos dormirem tanto que parecem estar em hibernação.
Uma característica destes pequenos roedores é a docilidade. Eles praticamente não mordem, a não ser quando manuseados de maneira brusca ou apertados indevidamente. Não são tão curiosos como os demais roedores de companhia e gostam mesmo é de passar o dia “tratando” de seu pelo em banhos de areia e cavando buracos na cama da gaiola. Aquelas tradicionais “rodinhas” são muito apreciadas.
Os Duprasi, como o dito, são muito dóceis com os humanos e entre si. Gostam de simular brigas mordiscando o “rabo de gordura” do outro. Mas de vez em quando as brigas autênticas acontecem com gritos estridentes e alguns deles acabam tendo a cauda bastante machucada. Cenas semelhantes acontecem no acasalamento, mas não são brigas.
Como os demais roedores, os Duprasi têm glândulas odoríferas em seu estômago que servem para demarcar seu “espaço” no ambiente. Eles esticam e esfregam a barriga no chão da gaiola e nos acessórios. Diferentemente dos outros parentes, o odor destas secreções são imperceptíveis ao olfato humano.
Já aos dois meses de idade o Duprasi está sexualmente maduro. Em cativeiro ele não enfrenta as agruras naturais de seu habitat, por isso está apto para reproduzir o ano inteiro. O período de gestação dura em média 19 dias, gerando uma ninhada de 3 a 6 crias. O desmame ocorre entre 3 a 4 semanas. Entretanto, a reprodução em cativeiro não é muito fácil, devido as condições totalmente diferentes de uma vida ao “ar livre”. Em comparação com os outros roedores de companhia, ele é o menos profícuo. As fêmeas costumam ficar agressivas quando estão grávidas ou amamentando, chegando a morder uma mão “intrusa” e até mesmo matar seu companheiro se ele não estiver instalado separadamente após o acasalamento. Os criadores usam um método especial para tornar a reprodução mais eficiente, colocando o casal juntos em um pequeno tanque com nada mais nele do que algum material de cama. Sem caixa de assentamento, nada para brincar e sem comida. Como o espaço é muito pequeno, não existem pontos para usar como demarcação, assim, a probabilidade de brigas é mínima. Neste método, o casal fica junto por uma semana, tempo suficiente para ocorrer o acasalamento. Depois é necessário separá-los.
Como já referido, mesmo o casal estando sexualmente maduro para acasalamento o ano todo após os dois meses de idade, a reprodução em cativeiro dos Duprasi é muito difícil, mas acontece, principalmente se a gaiola estiver num local em que não haja muita movimentação de pessoas e abrigada da chuva, de ventos e do sol. Quando acontece, é comum o casal ficar ereto e a fêmea, bastante agitada, parece que morde o macho. Havendo a concepção, é conveniente isolar o macho para que a fêmea tenha uma gravidez tranquila. É uma boa mãe. Se por um acaso ela rejeitar o macho e ele insistir, é conveniente separá-los.
A diferença entre machos e fêmeas é um parâmetro semelhante aos outros roedores de companhia. Esta diferença pode ser vista entre as aberturas urinária e anal. A distância entre estas aberturas em machos é muito maior do que no sexo feminino. Os machos adultos têm uma grande protuberância na base da cauda, que é o seu escroto. Assim, os testículos são claramente visíveis. Isso é totalmente ausente do sexo feminino. Quando os filhotes têm uma idade de cerca de 2 semanas os pelos da barriga começam a crescer. Nas fêmeas evidencia-se o aparecimento dos mamilos.
* Fonte: Wikipédia.
* Foto 1: Petsparadise.it.
* Foto 2: Aaeweb.net.
