Sinistramente, esotericamente, esdruxulamente, esquisitamente, e outros mentes, eis que surgiu na Praça Champagnat a carcaça de um automóvel vermelho desbotado. Depois de quase uma semana, ninguém sabia explicar o motivo daquele ferro-velho no meio de uma praça. Só havia uma certeza: um visual horrível, um ornato fora de sentido para uma praça.
Mas eis que, de repente, na manhã de hoje o visual apareceu mudado. Primeiramente ajeitaram a carcaça do automóvel vermelho desbotado colocando de lado seus ossos de aço entre dois coqueiros. Segundamente, estenderam entre os dois vegetais uma faixa. Pelo que se sabe, quem estende uma faixa em qualquer lugar do mundo tem a pretensão de chamar a atenção para alguma coisa. A intenção, percebe-se, é despertar a atenção de veículos e pessoas que transitam pelo local. Mas chamar a atenção sobre o quê? Mal se consegue ler o que está escrito na faixa!
Só subindo numa escada e chegando os olhos na faixa para se saber realmente o que ela quer dizer. E quem lê, imediatamente se pergunta: Foi mesmo a Polícia Militar que fez isso aí? Não é possível. A intenção da Polícia Militar é despertar a atenção de todos os motoristas que vão contornar a Praça Champagnat. Qualquer criança de colo sabe que a rotatória da Praça é um perigo. Qualquer garotinho que ainda brinca de estilingue sabe que todo motorista que entra naquela rotatória agradece a Deus por ter saído vivo dela, e se saiu vivo é porque entrou nela com todas as suas atenções despertas. E mesmo assim, a Polícia Militar coloca ali na Praça uma carcaça de um automóvel vermelho desbotado para chamar a atenção do motorista contra a violência do trânsito? Quer dizer, a Polícia Militar pretende desviar a atenção do motorista num local em que ele mais precisa de atenção?
Texto e foto (04/09/2014): Eitel Teixeira Dannemann.