BECO DO CRISTINO

Postado por e arquivado em 2014, DÉCADA DE 2010, FOTOS.

Nos primórdios de Patos de Minas, o trecho compreendido entre as Praças Antônio Dias e Desembargador Frederico não possuía um ordenamento urbanístico adequado. Aquela área tinha inúmeros becos que o tempo tratou de engolir. Restaram pelo menos quatro e o mais estreito deles é o conhecido Beco do Cristino.

Quem conta um pouco da história recente do Beco é o empresário Adailton Ferreira de Guimarães, o popular Pakinha, proprietário da Sapataria Pé Trocado localizada ao lado: Há uns onze anos aluguei no beco uma casa da família do Zizi. No quintal plantei milho, criei galinha e fiquei lá dois anos, quando comprei uma casa em frente. Legal foi que o pessoal do Zizi me ofereceu derrubar a casa e ficar com o material para desocupar o lote. Eu e meu pai derrubamos a casa e levamos tudo pra roça.

Pakinha conta que o nome do beco pode ter vindo da família dos moradores mais antigos, do começo do século passado: O beco era da família dos avós do “Adílson Nó Cego”. Diz o empresário que ele foi o último comprador, há nove anos, e que hoje moram no beco o pai de 94 anos da vereadora Edimê, uma senhorinha solitária e em outra casa moravam Dona Olga (levada para S. G. do Abaeté) e Dona Geralda, já falecida.

Adailton revela uma curiosidade: Na década de 1980, o Kid Mosquito tinha uma fábrica de botinas bem em frente à minha casa e o Adílson Nó Cego trabalhava lá.

Como o progresso é devorador, o Beco do Cristino tende a desaparecer. Pakinha recebeu uma oferta irrecusável da família Zizi e não perdeu tempo em vender sua casa: De novo aconteceu. O pessoal do Zizi comprou a casa e me ofereceu derrubá-la e ficar com todo o material, para desocupar o lote. Comprei outra no Jardim Califórnia e pretendo mudar-me em junho. Acredito que a tendência é essa mesmo, as outras casas serem vendidas para a construção de um grande prédio, quem sabe.

0* Texto e foto (10/02/2014): Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe