Esta deve ter ocorrido na década de 50. O Chiquinho do Ilídio tinha um Forde Bigode. E com este veículo, num determinado dia, resolveu passear com a família na cidade de Patrocínio. E partiu. O dia estava muito chuvoso. A estrada igual a um quiabo. Uma loucura. E o Chiquinho já devia ter viajado uns trinta quilômetros.
Talvez você não acredite, mas aconteceu: num certo momento, o seu Ford deu uma guinada tão brusca que ele não percebeu que o veículo havia girado para o outro lado, retornando a Patos.
E lá vem voltando o Chiquinho para Patos, acreditando que estava indo para Patrocínio. Quando se aproximou da ponte sobre o Paranaíba, exclamou:
– Uê, o povo de Patrocínio gosta de imitar mesmo! Fez uma ponte igualzinha a nossa.
E a chuva continuava forte. O tempo escureceu e o Chiquinho no volante. E assim foi entrando na cidade, e sempre criticando da imitação do povo de Patrocínio até mesmo quanto às ruas. Chegando ao centro, perplexo, quando viu seu pai, gritou.
– Brincadeira! Até meu pai!
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.