TEXTO: TOMAZ ATÍLIO OLIVIERI (1975)
Veio a Delegacia Regional… e os crimes continuam.
Muita gente, certamente, deve ter pensado, que, vindo para Patos de Minas a Delegacia Regional, os crimes iriam desaparecer, como por encanto, pelo menos em grande parte. É sempre aquela ilusão. Não se quer compreender, com Vitor Hugo, que, para diminuir-se a criminalidade, é mais necessária a criação de escolas e a penetração da religião cristã. Não seria tanto a criação de Faculdades, mas, principalmente a de escolas do 1.º e 2.º graus e a influência da religião ou da Igreja, sobrepondo-se a qualquer recurso ou tentativa humana. Não uma Igreja de elite, de burguesia, de arcadas de templos suntuosos ou amplas, imponentes e arejadas naves de igrejas matrizes. Mas, de uma Igreja que carrega nos pés o pó das estradas e becos palmilhados por seus apóstolos, a exemplo do Divino Mestre. Uma Igreja do povo. Uma Igreja das ruas, das praças, das favelas. Uma Igreja que sabe ir ao encontro do irmão afastado e desorientado, a perscrutar-lhe os anseios do coração. Uma Igreja cristocêntrica sem paternalismo, sem clerocentrismo.
Igreja e escola, eis o remédio detentor da criminalidade. Ambas para educar e elevar o homem. Ambas para responsabilizá-lo de seus deveres e dar ao mundo a civilização necessária, para banir, se não diminuir sensivelmente, o índice de criminalidade.
Não se queira, pois, entregar à Delegacia Regional de Polícia, a responsabilidade de acabar com os crimes e assassinatos em Patos de Minas. Façam exame de consciência: Escola e Religião.
* Fonte: Texto publicado com o título “Veio a Delegacia Regional…” na edição de 03 de março de 1975 do jornal Boletim Informativo, do arquivo do Centro de Documentação e Memória do UNIPAM.
* Foto: Início do texto original.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.