No monumento inaugurado em 29 de junho de 1996 na Praça Antônio Dias, as Três Graças aparecem relembrando temas e mitos da Grécia antiga. Usar estas figuras mitológicas misturadas com um globo estilizado e moderno é muito interessante. Usar estas figuras mitológicas para representar as rainhas do desenvolvimento de Patos de Minas é também um fato que mostra que, além de conhecedor da mitologia, Vicente Nepomuceno dá um forte valor à força dos deuses, que tanto na Grécia como em Patos de Minas, provoca admiração, prazer e beleza. O monumento que lembra o divino mundo, diferente dos deuses, como se as musas estivessem no monte Olimpo invocando a Zeus, e em transe descessem à terra para fertilizá-la ainda mais através da água que jorra dos lados do monumento. Os corpos das musas lembram realmente o corpo das “Três Graças” de Botticelli: bem torneado. O tipo plástico lembra uma virgem coberta com um pedaço de túnica. A beleza sensual torna-as núbeis, preparadas para a fecundação, para a fertilidade. Os cabelos são curtos. Nesse ponto, divergem do padrão antigo em que, normalmente, as mulheres têm os cabelos longos. No monumento fundido em alumínio, uma das Três Graças (ou serão musas?) traz na mão direita, um símbolo da civilização moderna (comércio e indústria) e as outras duas trazem símbolos antigos (touro e milho), mas que fazem parte também da história moderna. Essa mistura de modernidade, de magia, de enigmas é que empresta à obra de Vicente Nepomuceno uma significação nova, fazendo dele um grande artista.
* Fonte: As Três Graças, de Marcos Nepomuceno Luiz.
* Foto (21/01/2023): Eitel Teixeira Dannemann.
