Esta casa é representativa na Rua Padre Brito, principalmente por sua longevidade. A primeira proprietária foi Maria Teodora Ramos. Nela surgiu outra geração através da filha Eva Maria Ramos e seus quatro filhos: Tenório, Carmen, Ideraldo Bellini e Maria Estael, atual moradora com o marido Wilson Basílio, presentes na foto. O que desperta a atenção no imóvel não é o histórico de sua vida, nem a resistência contra a ferina especulação imobiliária, mas sim o modo como foi erguido nos primórdios do século 20. Milagrosamente convivendo ilhada no meio de novas arquiteturas que estão a devorar inapelavelmente o antigo, a casa é simplória com suas paredes originais de adobe, telhas moldadas nas coxas, portais de pouco mais de um metro de altura e janelas rústicas. Não é preciso um olhar aguçado para perceber que as paredes foram sendo erguidas de acordo com a boa vontade de mãos indelicadas que, com certeza, não sabiam o que é prumo. E inúmeras residências patenses que não mais existem surgiram de acordo com este método impreciso de engenharia. É um verdadeiro monumento, uma ode ao passado, um exemplo clássico de que, mesmo sem conhecimentos técnicos, construtores autônomos dos idos tempos sabiam fabricar preciosidades duradouras.
* Texto e foto (01/10/2017): Eitel Teixeira Dannemann.