PROFESSORAS PIONEIRAS, AS

Postado por e arquivado em HISTÓRIA.

2MARIA MADALENA DE NEGREIROS MACIEL – Foi a primeira postulante da cadeira. Seu ato de nomeação foi passado a 03 de julho de 1868. Antes, preencheu, em Formiga, o lugar de professora substituta, sendo uma de suas últimas substituições naquele lugar confirmada por portaria de 19 de maio de 1868. Por razões não conhecidas resolveu não assumir a cadeira em Santo Antônio dos Patos. Em vão os mentores do lugar tentaram convencê-la ao contrário. A 16 de janeiro de 1889, saiu ato exonerando-a. Por ato de 02 de julho de 1889, assume por pouco mais de um ano.

MARIA JOSÉ DOS SANTOS – Em face da decisão de Maria Madalena, em dezembro de 1868 o delegado literário Jerônimo Dias Maciel nomeia Maria José dos Santos, cientificando ao governo em janeiro de 1869. No livro 1291 do Arquivo Público Mineiro vemos que ela pleiteou a cadeira usando o seu nome de solteira – Maria Umbelina de São José, nascida em Santo Antônio do Monte em novembro de 1842. A mudança de nome ocorreu em 10 de abril de 1869, quando contraiu matrimônio em sua terra natal com Cornélio José Rodrigues. O governo não aceitou a nomeação, por estar em desacordo com a lei. A escola foi fechada e seus utensílios confiados à guarda do delegado literário. Maria José resolve obter o cargo pelos meios legais. Presta concurso, sendo desclassificada por péssima caligrafia e ortografia. A recusa do presidente da província, José Maria Corrêa de Sá e Benevides, traz a data de 09 de junho de 1869, ao mesmo tempo determina que se ponha novamente em concurso a cadeira de ensino. Mesmo em desacordo com a lei, Maria José ocupa a cadeira por algum tempo. De fato, cabe a ela primazia do ensino feminino em Patos de Minas.

MARIA CLARA DA CONCEIÇÃO – De direito, é a primeira professora, nomeada por portaria de 02 de março de 1870, entrando em exercício em junho. Em janeiro de 1871 obtém um mês de licença, motivada pelo seu estado de gravidez, sendo substituída por Maria José dos Santos. Maria Clara só voltou ao trabalho em abril, o que prolongou sua licença por 90 dias. Mestra competente, faleceu a 10 de fevereiro de 1885.

ROSA AMÁLIA TORMIN – Com o falecimento de Maria Clara da Conceição, que ensinou durante 15 anos, é nomeada Rosa Amália Tormin, a 21 de março de 1885. Entrou em exercício em 16 de junho e faleceu a 14 de novembro. No decorrer de um ano a morte roubou duas titulares da cadeira patense de ensino.

JOAQUINA JESUÍNA DA COSTA PINTO – Nomeada a 24 de novembro de 1885, entrou em exercício em 25 de fevereiro de 1886. Em papéis referentes ao ensino (1886) vimos que Joaquina, indignada com a indiferença da inspetoria escolar por seu trabalho, retirou-se para Paracatu. Depois, arrependida, pediu ao governo a relevância de seu ato, com uma licença de três meses, a qual foi-lhe concedida em 13 de janeiro de 1887. Vencida a licença, ela não reassumiu o cargo.

LAURA DJANIRA DA FONSECA – Dona Laurinha assume durante a licença de Joaquina Jesuína. Em 04 de maio de 1889 é removida para Brejo Alegre (atual Araguari). Pouco depois transfere-se para Lagoa Formosa, onde seu trabalho foi bastante elogiado.

ELISA JANE SMITH – Chegou a Patos em 1889, em companhia de seu esposo, o pastor protestante John Thomas Smith, de nacionalidade inglesa. Foi a primeira orientadora da Escola Municipal do Sexo Feminino. O inspetor Josias Leopoldo em visita à escola, em 1896, constata 4 classes em funcionamento, com 41 alunas, ouvindo as duas classes mais adiantadas “em leitura, elementos de gramática, análise etimológica, aritmética, geografia geral e especialmente do Brasil; em história do Brasil e especialmente de Minas, elementos de cosmologia, de história natural, silabário, lições de cousas, etc.”. O inspetor elogia a professora e agradece a recepção que lhe foi prestada. Foram cantadas, na ocasião de sua visita, diversos hinos escolares, acompanhados ao harmonium por algumas das meninas. Dá notícia, também, de magníficos trabalhos com agulhas. O asseio, educação e boas maneiras das alunas impressionaram o visitante, sempre rigoroso em suas inspeções.

HONORINA CAIXETA DE MELLO RIBEIRO – Eliza Jane Smith teve substituta à altura, em Honorina, esposa do grande educador Modesto de Mello Ribeiro. Senhora que pontificou como ótima educadora, exemplo de religiosidade e amor familiar, Dona Honorina sempre gozou da merecida estima dos patenses.

ROSINA AMÉLIA DE MAGALHÃES – Nomeada a 05 de setembro de 1890, leciona até novembro de 1895.

FRANCISCA MARTINS DE ULHÔA – Ela, normalista, e seu marido, o professor Antônio Pimentel de Ulhôa, chegaram a Patos em dezembro de 1895, vindos de Paracatu. Por um relatório do inspetor Josias Leopoldo Vitor, de 1896, ficamos sabendo que a escrituração de sua aula era mal feita. A sala, acanhadíssima. As condições higiênicas, as piores. O inspetor se mostra admirado, pois, conforme afirma, Francisca Martins de Ulhôa era considerada uma das melhores mestras paracatuenses. Em abril de 1898, o casal abandona as aulas de Patos, regressando a Paracatu.

FRANCISCA AUGUSTA DA ROCHA – Filha dos professores Valeriano Rodrigues Souto e Maria Augusta da Rocha Souto, assumiu a cadeira de ensino do arrabalde da Várzea a 02 de setembro de 1895, fazendo à Secretaria do Interior o seguinte comunicado, no qual sentimos a admiração que tinha pelos pais: Tenho a honra de comunicar a V. Excia. que tomei posse e entrei em exercício do cargo de Professora da escola mista da Várzea, subúrbios desta cidade, no dia dois do corrente mês. Farei todo o possível e envidarei todos os esforços para o desempenho de tão importante cargo que me foi confiado, e procurarei imitar a minha virtuosa mãe quando Professora das Alagoas, e a meu venerando pai, Professor aposentado, que tantos serviços prestaram à causa pública. Não posso deixar de pedir instantaneamente a V. Excia, para por vosso valioso intermédio, me ser dada uma quota de cinco mil réis mensal para o aluguel do prédio onde funciona a dita escola. Em 1896, o exigente inspetor Josias Leopoldo, em termo de visita à escola, disse que a casa estava em péssimas condições, aula em sala acanhada, de terra batida, sem mobiliário algum.

ISABEL ALVES MOREIRA SOBRINHO – “Infatigável, meiga e muito capaz”, diziam dela. Sua carreira foi iniciada em Sant’Anna de São João Acima (atual Itaúna), sua terra natal, em 08 de abril de 1879. Removida para Patos em 1898, foi de uma dedicação e capacidade de sacrifícios notáveis. Boa mestre, não obstante quase teve sua escola suprimida, principalmente em 1906, quando tinha quatro alunas com apenas duas frequentes. Dona Belinha, como era conhecida por todos, não tinha boa saúde, o que agravou-se a partir de 1910. Morava à Avenida Municipal (Getúlio Vargas), esquina com Rua Olegário Maciel, em companhia de seu sobrinho Raul Gonçalves Moreira – o seu Raul – onde viveu seus últimos dias.

MARIA CAROLINA DE ANDRADE SOARES – Com seu esposo, Carlos da Costa Soares, instalaram em setembro de 1898 uma escola particular mista, da qual temos notícia ainda funcionando em 1913.

THERESA MARIA RODRIGUES – Dona Theresa é natural da Bahia, filha de Josepha Maria de Santana e Manoel Rodrigues Paes. Irmã do Dr. Euphrasio José Rodrigues, em uma das viagens do médico ao seu Estado natal, com ele veio para Patos. De sua aula, com curso particular, dá notícia em 1914 o inspetor Antônio Loureiro Gomes. Casada com Francisco Igreja do Carmo, transferiu-se para Santa Rita de Patos, onde lecionou por dois anos e teve sua escola suspensa por falta de frequência. Depois, 11 anos em Sant’Anna do Rio das Velhas, Santa Rita do Cedro, Araguari (5 anos no Grupo Escolar Raul Soares) e Machado (Grupo Escolar Pedro II), onde aposentou-se como auxiliar de diretoria.

* Fonte: Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.

* Foto: Almirsuzana.blogspot.com, meramente ilustrativa.

Compartilhe