Luzia Alves de Oliveira, conhecida mais por Luzia Satyro, residia no mesmo prédio do Teba e, por coincidência, no apartamento que ficava abaixo dele.
Os dois, além de uma grande amizade, tinham um hábito: todos os dias acordavam às cinco horas da matina e tomavam um banho de chuveiro.
E chegava a ser interessante: a Luzia abria a torneira do chuveiro e, logo em seguida, ouvia o barulho da água jorrar no apartamento de cima.
Depois de vários meses de rotineiro banho, certa manhã o Teba, precisando chegar na Empresa Santa Marta mais cedo, teve que modificar aquele hábito: não tomou banho naquela manhã.
Existia, há anos, na cidade, um café de nome “O Globo”, onde se reuniam políticos e fofoqueiros, na parte da manhã. E naquele dia, ali pelas dez, o Teba tomava o seu cafezinho junto com vários amigos, quando a Luzia bate no seu ombro e reclama:
– Hoje você não tomou banho comigo!
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.