O Zé Jorge é bastante gozado pela turma, pela sua lerdeza. A turma, para enfezá-lo, diz que ele é retardado, raciocínio lento, etc.
Certa vez, saímos para pescar lá para as bandas de Santana de Patos. Fomos em uma perua velha do Wilson Amorim, e junto com o Zé Jorge estávamos eu, Wilson, Hélio Amorim e Manoel Mendonça. Ali por perto do Ribeirão Quebra Rabo tem diversos postes fincados, alinhadamente, há muitos anos, mas sem fios.
O Zé Jorge então disse:
– Diabos, sou implicado com estes postes, pra que são eles?
Aí o Hélio Amorim respondeu:
– Zé Jorge, fique só feio, não fique bobo também. Então você não sabe? Isso é telégrafo sem fio.
Aí o Zé Jorge calou-se e ficou a meditar. Daí há uns 6 a 8 km de viagem, ele acordou e começou a esbravejar:
– Telégrafo sem fio é a vovozinha, pensam que eu sou trouxa…
* Fonte: Texto publicado na coluna Pescaçando da edição de 05 de maio de 1990 do jornal Correio de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Muraljoia.com.