FOI-SE A BANCA DO AGENOR

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DSC01601Agenor Antônio Mendonça, nascido em 03 de janeiro de 1952, talvez seja uma das pessoas mais conhecidas em Patos de Minas e além de seus limites. A partir de 1980 passou a ser o Agenor da Banca, após ter adquirido de Dona Mariinha (viúva do antigo proprietário João Benedito Amâncio) o negócio localizado na Rua Olegário Maciel. Conta o Agenor:

Eu trabalhava numa firma em Vazante e estava de férias. Quando voltei, fui despedido. Conversando com o Toninho do Palácio dos Calçados, disse que gostaria de voltar a trabalhar na loja dele. Era dezembro de 1980. Ele disse que naquele mês não dava, mas em janeiro era certo. Foi então que reparei a Dona Mariinha lá na banca, com uma cara triste. Aí fui lá conversar com ela.

Nessa conversa, Dona Mariinha disse que estava querendo vender a banca. Uma luz se acendeu na mente do Agenor, mas ele não tinha a totalidade do dinheiro solicitado. Então ofereceu como entrada o que recebera do acerto com a firma de Vazante. O negócio foi fechado e o Agenor iniciou a sua carreira de proprietário de uma banca de revistas.

O início foi duro. A esposa, Maria Geralda Gonçalves Mendonça, o ajudava e levava seu almoço. O tempo foi passando e o negócio engrenou. Agenor adquiriu uma distribuidora e acrescentou uma locadora de videocassete, que estava no auge na época. Apesar de algum prejuízo com aqueles que não devolviam as fitas, foi um impulso forte no comércio.

Em 2011 a esposa lhe propôs fechar ou vender a banca. Esta proposta deixou o Agenor bastante pensativo. De início, concordou. Foi quando reparou na lojinha estreita e comprida em frente, de propriedade de um relojoeiro com comércio na Rua Agenor Maciel. Não pensou muito para fazer uma proposta de aluguel. Negócio fechado e eis que a Banca do Agenor, depois de 30 anos, mudou de endereço. Assim foi, de segunda a segunda, abrindo às 7 da manhã e fechando às 6 da tarde, até que em maio de 2014 o proprietário pediu a loja. Agenor não quis parar ainda e procurou outro local nas redondezas, mas não conseguiu. Foi, então, no mês de setembro, o fim da Banca do Agenor.

O coração dói, e muito, pois com a Banca criei meus três filhos (Aline, Eduardo e Thiago) e adquiri minha casa. Antigamente era um bom negócio, vendia 200 jornais por dia, hoje vêm 20 e volta a metade. O negócio hoje é internet, tá tudo lá. Estou aposentado há 8 anos. Agora, pelo menos até o final do ano, vou descansar, cuidar da minha perna e ano que vem vejo o que vou fazer.

NOTA: Agenor Antônio Mendonça faleceu em 09 de dezembro de 2017.

* Texto e foto (17/08/2014): Eitel Teixeira Dannemann.

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