Mesmo com a doação de Silva Guerra de um terreno para a construção de um templo na povoação Os Patos acontecendo em 1826, o tempo passou e o lugar continuava sem capela benta ou imagem colocada da invocação. De acordo com a Diocese de Patos de Minas, o padre José de Brito atendeu o lugar do ano de 1831 a 1839, quando foi, finalmente, construída a primeira capela, dedicada a Santo Antônio como bem queriam os doadores da terra. Desde então a primeira Matriz sofreu uma série de transformações, da base à torre¹. Mesmo não havendo registros históricos sofre o assunto, é certo que até o ano de 1912 a primeira Matriz não possuía relógio na torre. Então, eis que o jornal O Commercio, em sua edição de 07 de janeiro daquele ano, resolveu trabalhar em prol de se conseguir o relógio através de doações financeiras:
Dentre os muitos melhoramentos de que necessita nossa Egreja-Matriz, parece que nenhum outro mais se impõe, actualmente, do que a acquisição de um relogio para sua tôrre.
O desenvolvimento que vai tendo esta Cidade, que occupa uma area não pequena, e o augmento de sua população, toda Catholica, justificam a realização da medida. Quantos e quantos bons fieis, desejosos de comparecer aos actos da Egreja, deixam de o fazer porque não possuem um relogio, chegando depois da hora determinada, verbalmente, pelo respectivo Parocho? E este melhoramento não approveitará somente ás solennidades religiosas; será tambem de incontestavel utilidade a todas as repartições publicas; do Tribunal do Jury às audiencias do Juiz de Paz; a todos os funccionarios publicos, a quaesquer actos profanos; será, emfim, util a todos.
O “O Commercio”, compenetrado da urgente necessidade desse melhoramento e desejando leval-o a effeito, resolveu abrir, para esse fim, uma subscripção que, desde já, fica em seu escriptorio á disposição de todos que desejarem concorrer, na medida de suas forças, para a consecução do fim desejado:
Redacção do “O Commercio” 50$000
Conego Getulio Alves de Mello, Parocho da Parochia 50$000.
* 1: Leia “Histórico da Primeira Matriz”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte de “O Commercio”: Arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 19 de agosto de 2013 com o título “Antiga Igreja Matriz em 1916”. Lá está o relógio!