ALGUMAS LAMBANÇAS REFERENTES A DENOMINAÇÕES DE LOGRADOUROS NO ATUAL BAIRRO ALVORADA

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TEXTO: EITEL TEIXEIRA DANNEMANN (2020)

O poder público é useiro e vezeiro em cometer lambanças quando resolve dar nomes a logradouros. Já houve um caso inacreditável de masculinização de uma rua. Noutro caso, custaram a decidir se a via, um autêntico beco, era rua ou travessa. Há ainda o caso do Beco Dona Inhá, esposa do nosso primeiro Prefeito, Major Jerônimo Dias Maciel. Sabe-se lá o porquê, tiraram a Dona Inhá de lá e batizaram a via não como beco, mas como Travessa Maria Eugênia de Jesus. Não poderia ficar para trás o caso da Travessa do Formiguinha, este o patriarca da nossa emancipação. A pequena via era a única referência a tão importante personagem da nossa História, e, mesmo assim, tiraram o nome dele de lá. Só mais três: a da falta de respeito com a Dona Belmira, a da Lagoa Grande e a do Che Guevara¹.

Se pesquisar com afinco e paciência encontra-se um montão de exemplos dessas lambanças.  Seguem algumas referentes apenas ao atual Bairro Alvorada:

− Em 1970 existia uma rua com o nome Paraguai. Consideraram que o nome não era adequado. Então, através da Lei n.º 1.126 de 02 de dezembro, mudaram para Olavo Amorim, um dos fundadores da Rádio Clube de Patos e seu primeiro locutor.

– Treze anos depois, em 1983, cismaram com o nome do bairro e se perguntaram inúmeras vezes: por que Alvorada? Eis que o Bairro Alvorada, através da Lei n.º 1.867 de 12 de maio, se metamorfoseou em Bairro Manoel Caixeta de Queiroz.

− Passados dois anos, nesse interim algo muito sério deve ter acontecido entre os doutores denominadores de logradouros. Se houve quebra-pau ou não, não se sabe, o negócio é que uma das partes venceu e o Bairro Manoel Caixeta de Queiroz voltou a ser denominado Bairro Alvorada. Isso através da Lei n.º 2.057 de 11 de outubro de 1985.

− Em 1991, através da Lei n.º 2.744 de 23 de abril, ocorreu a primeira demarcação de perímetro e logradouros, e nela não consta nem a Rua Paraguai e nem a Rua Olavo Amorim.

− Em 14 de maio de 1997, através da Lei n.º 4.395, houve a segunda demarcação de perímetros e logradouros, em vigência atualmente, e igualmente sem as Ruas Paraguai e Olavo Amorim.

− Passados trinta e três anos, eureca, os doutores denominadores de logradouros descobriram que aquela Rua Paraguai que teve o nome alterado para Olavo Amorim não se localizava no Bairro Alvorada. Então, pimba, a Lei n.º 5.316 de 13 de agosto de 2003 assim determinou em seu Art. 1.º: Fica denominada de rua Olavo Amorim a atual rua Paraguai, localizada entre as quadras 43, 44, 52, 53, 59 e 60, setor 14, bairro Sobradinho.

Não é bacaninha? Dignas do FEBEAPÁ do Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)!

* 1: Leia “Rua Gabriel Pereira, que já foi Gabriela”, “Travessa Anselmo Ferreira: Que Confusão!”, “Travessa Maria Eugênia de Jesus: Favorecimento de uma em Detrimento de Outra”, “Ex-Travessa do Formiguinha”, “Travessa Tia Ica: Indelicadeza com Dona Belmira”, “Parque Dr. Itagiba Augusto Silva” e “Rua Che Guevara: Escárnio com os Nossos Construtores”.

* Fonte: Câmara Municipal de Patos de Minas.

* Foto: Br.pinterest.com, meramente ilustrativa.

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