MAMORÉ RESSURGE EM 1980

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Finalmente, as coisas se aclararam pelos pagos do alvi-verde patense, e, muito em breve, o desportista terá a oportunidade de voltar a vibrar com os jogos que serão realizados no estádio “WALDOMIRO PEREIRA”, no final da rua Major Gote.

Tudo isto, porque, prevaleceu o bom senso e aqueles, que ainda mantêm em seus corações, o apego ao glorioso “PERIQUITO”, houveram por bem, esquecer no fundo da mala, os ressentimentos e as mágoas e a exemplo do atual presidente da república, extenderam as mãos, e pensaram em trabalhar, unidos, em torno de um ideal comum.

No princípio de nossos comentários, nesta revista, que, diga-se de passagem, a cada número editado, mais se afirma, nós dizíamos que não se admite futebol, em Patos de Minas, sem falar, inicialmente, em URT e Mamoré, que sempre foram os expoentes máximos do setor futebolístico da cidade. Agora, com uma satisfação imensa, nós estamos acompanhando o trabalho desenvolvido pela nova administração alvi-verde e sentimos, perfeitamente, que a trilha está certa, pois o caminho determinado pelos seus novos dirigentes, é exatamente a tradução do pensamento de toda a família mamorense, que anseia pelo soerguimento de sua agremiação, de seu clube. Foram muito felizes os membros do conselho deliberativo do Mamoré, ao escolherem, para a presidência da agremiação, o desportista TIÃO DO JAIME, como é conhecido na intimidade. Felizes, por quanto o Tião já mostrou a Patos de Minas, toda a sua categoria, como dirigente, quando fundou e administrou o São Vicente, lá do “trabanda da lagoa” e que bela figura fez, enquanto viveu, no cenário esportivo da cidade.

Ademais, nós estamos observando, na composição da nova diretoria, elementos do mais alto gabarito, entre os quais nós destacamos o Bonfim, homem da mais alta integridade, desportista de alto valor e que integra, perfeitamente, o pensamento da família alvi-verde patense.

Dentro de tudo o que se observa, nesta arrancada para o ressurgimento do famoso Esporte Clube Mamoré, nós notamos, com muita satisfação, uma unidade integral daqueles que, embora o clube tenha permanecido por vários anos, com atividades paralizadas, jamais deixaram sair de seus sentimentos afetivos, a predileção direta pelo tradicional clube da rua Major Gote.

Isto nos faz, acreditar, de maneira efetiva, que com o reaparecimento do “periquito”, virão aí, pela sua retaguarda, o levantamento da URT, do Tupi, do Penharol, do São Vicente e em contra partida, uma melhor figura para as agremiações amadoras, que mantiveram, no decorrer deste período, o futebol amador de Patos de Minas e onde nós destacamos o C.R.S.A., o Vila Esporte Clube, e mais recentemente, o Estrela Vermelha, o Olaria e o Dona Emília.

Foi muito bom, que os elementos ligados à família alvi-verde, começassem a se movimentar no sentido de retomar a agremiação a uma atividade destacada e completa.

Aliás, é muito bom que todos aqueles que ainda sentem  o sentimento do verde em seu coração esportivo, façam, de leve, uma visita ao estádio “Waldomiro Pereira”, outrora palco de grandes acontecimentos futebolísticos e que, brevemente, estará reabrindo suas portas para novas jornadas que por certo, voltarão a glorificar o Mamoré, o que é importante, mas muito, e muito mais, ao próprio futebol patense.

Daqui de nosso cantinho de página, despretensioso, por sinal, chamamos a atenção de nossos leitores e principalmente dos mentores do Mamoré, para que estudem a possibilidade de uma reconvocação dos elementos do clube, que outrora, foram verdadeiros baluartes na vida da agremiação. Assim, vamos, por exemplo, convidar a voltar ao convívio mais ativo, figuras do quilate de Dr. Fernando Corrêa da Costa, de Dr. Antônio Ximenes de Morais, de Alonso Pereira da Costa e outros, cuja memória nos falta, mas que deixaram dentro do clube, larga folha de serviços. O essencial, no momento, é manter sempre acesa e sempre procurando elevá-la, a famosa chama de vida, do clube, que por vários e vários anos, representou, com o maior orgulho, a pujança do futebol patense.

De qualquer modo, nós queremos deixar aqui, parabéns aos homens que hoje dirigem o Mamoré e que estão desenvolvendo um trabalho digno dos encômios de todos aqueles, que, na verdade, desejam fazer com que Patos de Minas, volte a figurar, de maneira brilhante, dentro do cenário esportivo estadual e até mesmo nacional.

* Fonte: Texto de Edson Nunes publicado com o título “Ressurge o Mamoré” na edição n.º 7 de 15 de agosto de 1980 da Revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Institucional.

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