Sem dúvida o comércio patense é um dos mais atuantes da região do “Alto Paranaíba”. A sua evolução vem paralelamente ao progresso de Patos de Minas. Muitos comerciantes se estabeleceram quando Patos era uma das maiores extensões territoriais do Estado: 13.400 quilômetros quadrados, medindo em sua parte mais longa 24 léguas (do môrro do Pião ao Rio da Prata, no lugar denominado Pontal). Pois bem, Patos foi crescendo e com êste crescimento foi aparecendo as casas comerciais: Gotte, Maciel & Cia, Virgílio Borges & Deiró e tantos outros que viriam pelo tempo em fora contribuir para o fortalecimento da nossa economia.
A Casa da Economia de Virgílio Borges & Deiró, foi uma das mais fortes de nossa cidade, situada à Rua General Osório, mantinha depósito de Sal, Kerosene, Farinha de Trigo, Ferro, em barra e em obras, arame farpado, cobre, etc., etc., segundo anúncio publicado em 1916. Pois bem, aos 15 anos iniciava seu trabalho nesta firma um menino que mais tarde viria a tornar-se também forte comerciante em Patos de Minas. Seu Nome: João Borges de Andrade. O início de sua carreira comercial foi como simples balconista, no ano de 1923, aí ficando até 1927. No ano de 1928 passou a trabalhar na firma Amorim & Andrade, no ramo de tecidos, calçados, etc. Nesta firma exerceu o cargo de gerente e comprador, até 1933. Dado o seu grande tirocínio comercial, adquiriu a firma e a registrou com o nome de Casa do Joãozinho, em 1933, na hoje Rua Major Gote, e onde se edificará a futura sede da S.R.P. João Borges de Andrade, antevendo possibilidades de progresso para a cidade de Patos, ampliou sua casa comercial e, em 1936, construiu a sede própria de sua firma, à Rua Major Gote esquina da Praça Antônio Dias, onde hoje ainda se encontra. João Borges de Andrade, proprietário da Casa do Joãozinho é, pois, o mais antigo comerciante do nosso Município, juntamente com o Sr. Júlio Bruno (Casa do Júlio).
João Borges de Andrade pela sua capacidade de trabalho, pelo seu descortínio comercial, deixou boa escola em Patos de Minas. Muitos dos atuais comerciantes de nossa cidade foram seus auxiliares. Podemos citar entre eles os seguintes: José Borges de Andrade, proprietário de A Filial; José de Oliveira Dias, proprietário de O leão dos Tecidos; José Pereira Borges, proprietário de O Mundo das Louças; Geraldo Caixeta de Melo, proprietário da Casa Globo; José Antônio de Freitas e Antônio José de Freitas, de Simone Calçados e A Futurista; Dercílio Ribeiro de Amorim, vice-prefeito de Patos de Minas e contador; José de Melo Ribeiro, comerciante em Bom Sucesso e outros, cuja lembrança nos falha. Todos estes nomes, comerciantes e homens respeitáveis em nossa cidade tiveram a oportunidade de fluir os ensinamentos de João Borges de Andrade, que os armazenara desde seus primeiros anos de vida como balconista da Casa da Economia.
Hoje, a Casa do Joãozinho representa um exemplo de operosidade no comércio local e, de comum acôrdo com seus filhos, vai impulsionando o comércio varejista e atacado, cujo ramos de roupas feitas, armarinhos, louças e brinquedos têm tido incremento de vendas, pois o patense, da cidade e da zona rural já se acostumou a comprar na Casa do Joãozinho que hoje já constitui verdadeiro patrimônio de exemplos para tôda a vida comercial de Patos de Minas, pela sua perseverança, pela sua honestidade comercial. A Casa do Joãozinho, portanto, quando nossa cidade comemora seu 77.º Aniversário, deve ser a nossa focalizada como homenagem ao comércio da cidade aniversariante.
* Fonte e foto: Texto publicado com o título “Casa do Joãozinho – 36 anos ajudando o progresso de Patos” na edição de 24 de maio de 1969 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
