No dia 29 [04/1986], sábado de aleluia, a partir das 20 horas, será realizado o lançamento na Sociedade Recreativa Patense o trabalho literário do poeta patense Clênio César Pereira, dentro da programação da 6.º edição do maior evento cultural da cidade.
Esta realização identifica a primeira tarefa do plano de trabalhos da nova diretoria do CCRB – Centro Cultural Ruy Barbosa, que tomará posse na ocasião¹.
O CCRB após um longo período de inatividade houve por bem retomar seus trabalhos com uma visão atentamente próxima ao momento sócio-cultural, realizando assim uma programação que tanto o revela como entidade literária, quanto o insere nas questões sociais presentes.
Lembrando ainda que esta data traduz um qualificado momento de estada por visitantes ligados à região e a uma atrativa oportunidade da presença turística. Por ser a Semana Santa que traz um bom feriado e principalmente nesta cidade quando acontece anualmente um grande evento artístico-cultural, que teve sempre o sábado como o dia nobre da programação. Portanto estará totalmente garantida a evidência do dia por não se tratar apenas de uma homenagem póstuma, mas também pela qualidade literária da obra enquanto produção poética engajada. Por não ser tradicionalmente apenas o lançamento de um livro, haverá concomitante à posse da diretoria desta entidade, um grande show poético-musical com a presença de artistas locais e convidados. Esta obra terá dentro vários objetivos, a proposta de criar um fundo comum administrado pelo Centro Cultural, com o intuito de promover atividades dentro do mesmo campo específico de edição e publicação de livros de novos escritores da cidade e região.
A poesia de Clênio Pereira irá enriquecer bastante esta edição, a produtividade literária pertinente à nossa cidade, testemunhada historicamente pelos amigos escritores conterrâneos, Autran Dourado², Altino Caixeta, Ricardo Marques, Agenor Gonzaga e outros, que garantiram o princípio da vida literária desta cidade. E, hoje, a poética de Clênio, vem com todo o volume de certeza em conquistar o espaço nobre da liberdade, pois, ela traduz fielmente um instrumento ávido de transformação e prazer, precursora de infinitos movimentos sócio-culturais, como a palavra forte arma com nobreza um ponto de testemunho da verdade. A qualidade poética deste livro é de real valor, pois fomenta a participação constante do lírico-romântico sem perder a postura firme de uma proposta pacífica e coerente para um caminho de soluções bem próximas da humanidade.
MORADA LIGEIRA, determina além de um título bonito e sugestivo, o símbolo de uma vida de tamanha consciência refletida nos propósitos da palavra do autor, correr ligeiramente é morar depressa, porém faça e conduza sua luta, pois a poesia desenvolve seu embrião eternamente e cria posteriormente o ponto de auto-transformação.
* 1: Leia “Centro Cultural Ruy Barbosa é Reativado”.
* 2: Leia “Autran Dourado: Patense só no Cartório”.
* Fonte: Texto de responsabilidade da diretoria do CCRB publicado com o título “O Livro de Clênio Pereira (Morada Ligeira) Será Lançado Durante o VI Encontrão” no n.º 136 de 31 de março de 1986 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.
* Foto: estantevirtual.com.br.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.