Durante os dias do império espanhol, os capitães de mar transportaram Bichons para Cuba, os quais usaram como presentes para as mulheres da sociedade e com isto puderam manter lucrativas transações comerciais. Daí nasceu a lenda de uma raça original de Havana, capital de Cuba. Uma vez em Cuba, o bichon havanês (Habaneros em espanhol) passou a viver exclusivamente nas mansões da mais alta classe social. Os Havaneses não eram comercialmente vendidos, mas às vezes eram oferecidos como um precioso presente para um amigo ou alguém que tinha executado um valioso serviço. Através de contrabando, achou seu caminho para Europa onde ficou muito popular e foi reconhecido pelo European Kennel Club. Era conhecido na Inglaterra como o “cubano” branco.
Como aconteceu a muitas outras raças de cães, a popularidade do Bichon Havanês minguou em cima do curso de tempo. Durante algum tempo eles foram usados em apresentações em circos como cachorros de truque ao longo da Europa, mas logo ficaram quase extintos, inclusive em sua terra natal, Cuba.
São conhecidas três famílias, que se acredita podem ter deixado Cuba com o Bichon Havanês durante o tumulto político dos anos cinquenta. É reconhecido que naquele tempo não poderia ter havido muitos destes cachorros mantidos por qualquer um. Estas três famílias exiladas trabalharam sozinhas na Flórida e na Costa Rica durante uma década para preservar a raça. Na década de 70, Dorothy e Bert Goodale, residentes no Colorado, começaram a procurar uma raça pequena, mas que tivesse o temperamento tranquilo e a inteligência que eles apreciavam nas raças maiores. Depois de alguns anos de investigação, tiveram sua atenção voltada para o Bichon Havanês, mas ninguém sabia onde a família os poderia obter.
No meio dos anos setenta, eles encontraram um anúncio que resultou na compra de seis Bichons Havaneses com pedigree: uma mãe, quatro filhas e um macho jovem sem parentesco de sangue. Completamente encantados com a natureza inteligente e afetuosa da raça, eles empreenderam buscas procurando localizar mais dos exilados Bichons Havaneses.
A Sra. Goodale colocou anúncios em latim em Miami oferecendo-se para comprar Bichon Havanês. Depois de vários meses ela recebeu uma resposta. Um homem da Flórida escreveu para dizer que um amigo seu tinha cinco Bichons Havaneses e desejava vendê-los. O Sr. Eziekiel Barba tinha fugido de Cuba e tinha ido morar na Costa Rica. Devido a problemas com sua saúde ele decidiu ir para o Texas para viver com a filha e lá não poderia cuidar da ninhada de Bichon Havanês.
Os Goodales compraram então os cinco cachorros de Eziekiel Barba. Este segundo grupo de Bichon Havanês tinha o mesmo olhar e temperamento gentis como os integrantes do primeiro grupo. A família Goodale começou então a desenvolver um programa de procriação para prevenir a extinção desta raça baseando-se no Padrão FCI da Raça, o qual datava do ano de 1963, mas, era o único padrão disponível.
O Bichon Havanês está retornando à sua terra natal através de um projeto coordenado pelo “The Bichon Habanero Clube”, que está trabalhando numa ação com aproximadamente 15 cachorros e supervisionando o programa de procriação de perto. Na América do Sul e no Brasil, o primeiro Bichon Havanês chegou no dia 17 de agosto de 1997 ás 19:30 horas vindo da cidade de Doetinchem na Holanda e importada pelo Star Company Kennel, localizado em Florianópolis. Este primeiro exemplar a ser registrado no Brasil é uma fêmea de cor creme e chamada “A MAIDEN EFFORT’S OH-DELAYLAH”.
Do padrão, peso nunca superior aos 6 kg; crânio plano e largo; faces muito chatas; focinho afilado e nariz preto; olhos grandes, de preferência negros; orelhas pontudas e pendentes; corpo mais comprido do que alto; cauda trazida elevada; pernas retas e enxutas; pelo longo e liso, branco, bege, cinzento os branco manchado. É vivo, afetuoso, digno, asseado, simpaticíssimo e raro, é exclusivamente um cão de companhia.
Como todo cãozinho de pelos longos, o Bichon Havanês precisa de sessões diárias de escovação dos pelos para evitar que se formem emaranhados e nós que são muito incômodos e dolorosos para o animal. É possível fazer pequenas tosas para aparar os pelos que cobrem os olhos, assim como os pelos do focinho, mas preferencialmente eles devem permanecer em seus comprimentos naturais.
Muito dócil e carinhoso, é extremamente apegado aos seus donos. É o tipo de cãozinho capaz de seguir sua família por toda a casa, durante o dia inteiro. Por mais que isso seja fofinho, é preciso pensar no bem-estar do animal e investir em técnicas que permitam a ele ficar sozinho por alguns momentos sem que isso signifique sofrimento. Além das escovações diárias e dos banhos que são necessários para preservar sua saúde e a higiene, é preciso dedicar períodos de tempo todos os dias para os passeios e brincadeiras de que a raça precisa para se desenvolver bem e com saúde. Depende diretamente da interação com seus donos para ser feliz. Então, deixá-lo sozinho ou sem receber atenção adequada pode desencadear comportamentos depressivos e destrutivos.
* Fontes: Wikipédia, Todos os Cães, de Gino Pugnetti, e cobasi.com.br .
* Foto: cobasi.com.br.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.