O popularmente conhecido como Palácio dos Cristais foi oficialmente inaugurado em 24 de maio de 1969 para ser a nova residência do Executivo Municipal. Em 2009 recebeu o nome de Palácio Dona Filomena de Macedo Melo. Em 2010 o Poder Executivo foi transferido para o Centro Administrativo Oswaldo Amorim. Em 2014 instalou-se em suas dependências a UFU-Universidade Federal de Uberlândia. No início de abril de 2023 a UFU desocupou o imóvel. No mesmo período, os vereadores visitam o imóvel para transformá-lo na sede própria da Câmara Municipal, reivindicação que vem desde 2009. Hoje, totalmente abandonado, sujo, tomado pelo mato e ocupado por moradores de rua, é o retrato fiel do descaso com o patrimônio público por aqueles que têm por obrigação mantê-lo.
Recentemente, encontraram uma solução para evitar a invasão de moradores de rua: cercaram o imóvel com placas de alumínio. E lá está ele, aquele patrimônio público a cada dia sendo deteriorado pelas intempéries diversas, um enorme espaço que poderia ser ocupado pela Câmara Municipal, por várias secretarias ou outros de interesse à comunidade. Enquanto isso, enquanto o imóvel se degrada, o jornal eletrônico Clube Notícia publicou em 22/01/2025, a seguinte matéria:
A Câmara Municipal de Patos de Minas renovou, por mais um ano, o contrato de aluguel da atual sede. O valor mensal do aluguel é de R$ 51.699,63, conforme publicação no Diário Oficial do Município, edição nº 1279, de 22 de janeiro de 2025. O contrato anual soma R$ 620.395,56, ou seja, mais de meio milhão de reais.
Enquanto isso, o antigo Palácio dos Cristais, que poderia ser uma alternativa para eliminar os custos com aluguel, permanece abandonado há vários anos. O imóvel, que já abrigou a sede do poder executivo municipal e pertence ao município, segue fechado e sem previsão de uso.
Na mesma edição do Diário Oficial, foi publicado um contrato de prestação de serviço para o fornecimento de lanches à Câmara de Vereadores ao longo de 2025, com vigência até o final do ano. A empresa contratada, Panificadora Elis Marina Ltda., será responsável pelo preparo e entrega dos lanches, com um custo anual de R$ 81.347,40, o que equivale a R$ 6.778,95 por mês.
De acordo com o contrato, os produtos que serão adquiridos incluem: 1.000 unidades de leite integral, 220 unidades de manteiga de leite, 1.400 unidades de pão de sal, 200 unidades de quitandas (como rosca, bolacha e pão de queijo), 400 unidades de refrigerante em embalagem descartável de 2 litros, 500 unidades de salgadinhos (como coxinha, pastel e enroladinho) e 100 unidades de suco de 1 litro.
Enquanto o executivo e o legislativo zombam do Erário, como o fazem em relação às carretas na Rua Major Gote e Centro, o ministério público… o ministério público… cadê o ministério público?
* Texto e foto: Eitel Teixeira Dannemann.