O Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), também conhecido como tatu-apara, bola, bolinha, tranquinha ou tatu-bola-do-nordeste, é a menor e menos conhecida espécie de tatu do Brasil. De todas as espécies de tatu do país, é a única endêmica (que ocorre só nesse local). Possui distribuição geográfica muito restrita, ocorrendo somente na Caatinga e no Cerrado. A espécie já foi registrada em 12 estados brasileiros diferentes: Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Tímido, pequeno e exclusivo do Brasil, de aproximadamente 50 cm e 1,2 kg, apresenta como uma das principais características a capacidade de se fechar na forma de uma bola ao se sentir ameaçado, o que protege as partes moles de seu corpo contra o ataque de predadores. Essa capacidade foi o que deu origem ao seu nome popular. Distingue-se também pela presença de cinco unhas nas patas anteriores, principal diferença entre Tolypeutes tricinctus e a outra espécie do mesmo gênero, a T. matacus.
Durante o período de acasalamento, uma mesma fêmea é vista acompanhada por mais de um macho. As fêmeas geram um ou, menos frequentemente, dois filhotes por ninhada, que nascem completamente formados.
Possui hábitos noturnos e se alimenta principalmente de formigas e cupins, consumindo também grande quantidade de areia, cascas e raízes junto ao alimento. Não escava buraco e utiliza como esconderijo tocas abandonadas, mas também há casas construídas pelos próprios Tatus-bola, comportamento que foi descoberto recentemente por pesquisadores brasileiros. A análise científica identificou também que esse hábito tem muito mais a ver com fatores parentais e de termorregulação corporal do que com mecanismos de defesa. Por utilizar como principal estratégia de defesa a fuga em busca de tocas abandonadas e o enrolamento sobre si, torna-se mais vulnerável ao ataque de predadores e à caça humana.
Atualmente, a espécie é considerada como ameaçada pela Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente, estando Criticamente Ameaçada no estado de Minas Gerais e Vulnerável no Pará. Está enquadrada como vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (2007) e pelo Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, da Biodiversitas (2008). Corre alto risco de extinção em médio prazo. A perda e a fragmentação do habitat, além da caça, são as principais ameaças à espécie. Suas populações foram extensamente dizimadas no passado, principalmente devido à caça humana de subsistência.
Com a intenção de divulgar informações sobre a espécie e chamar a atenção da população e dos governantes para a necessidade de conservar a espécie e a Caatinga, a organização não governamental Associação da Caatinga lançou, em 2011, uma campanha para que ela se tornasse mascote da Copa do Mundo de 2014. A campanha atingiu o seu objetivo e o Tatu-bola foi eleito como mascote em 2012, ganhando o nome de Fuleco, que significa a junção das palavras futebol e ecologia.
* Fontes: g1.globo.com e mundoeducacao.uol.com.br.
* Foto: mundoeducacao.uol.com.br.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.