Qual o problema mais agudo de Patos, em termos de saneamento? Fácil: a captação e canalização das águas pluviais e esgotos da Vila Garcia. Vale dizer: da Bacia do Mamoré, um problema que vem infernizando a vida dos moradores da área e também os comerciantes do mercado e residentes nas adjacências. Pois, então, alegrem-se: o problema, finalmente, vai ser resolvido. E, o que é melhor, definitivamente resolvido, graças ao empenho do prefeito Waldemar Rocha Filho, com o integral apoio da Câmara Municipal, onde Arena e MDB se deram as mãos em benefício da cidade. Por unanimidade, nossos vereadores, de ambos os partidos, aprovaram o projeto que autoriza o Prefeito a assinar convênio com o DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento, com vista à execução daquela obra, da maior importância para a cidade.
A canalização e o revestimento do córrego Mamoré custarão 7 milhões e 200 mil cruzeiros, entrando a Prefeitura com a metade dos recursos. Eis a íntegra da mensagem enviada pelo Prefeito Waldemar Rocha Filho à Câmara Municipal:
Excelentíssimo Senhor Presidente:
Por intermédio de V. Exa., tenho a satisfação de submeter à apreciação da Casa objetivando lograr total aprovação, a inclusa proposição que autoriza o Executivo a assinar Convênio com o Departamento Nacional de Obras de Saneamento e dá outras providências.
Com a medida visamos resolver em definitivo o angustiante e desmoralizante problema da construção da GALERIA PLUVIAL DO MAMORÉ, que há mais de 10 anos vem se constituindo num problema crônico para toda a população das imediações do Mercado Musical, seguindo pelas ruas Ana de Oliveira, Bernardo de Assis, Sacramento e Cesário Alvim, e se constituindo um desafio a sucessivas administrações.
Por se tratar de realização que excede à capacidade técnica operativa e Financeira do Município, vimos buscando a solução para este problema desde a primeira hora de nosso Governo, quando, em 1973, encaminhamos à conceituada firma SANETEC LTDA., de Belo Horizonte, a elaboração do Plano Diretor de Esgotos Sanitários e do Sistema de Escoamento de águas pluviais. Referidos estudos, pela sua natural complexidade técnica, pois tomaram a cidade como um todo, demoraram a ser terminados, exigindo grande demanda de tempo, dando sua conclusão no final de 1973. De posse destes estudos contratamos com a referida firma o Projeto Executivo para construção da Galeria do Mamoré, das Galerias para a Vila Garcia e Avenida Paranaíba, Rua Rui Barbosa e Prefeito Camundinho, trechos apresentados como críticos nestes estudos e que se deu em meados de 1974.
Da posse destes projetos iniciamos incontinenti contactos e gestões junto ao DNOS visando sensibilizar aquele órgão a participar conosco desta grande empreitada. Estes entendimentos se prolongaram por todo o final do ano de 1974 e 1975, vindo agora a ter um fim almejado: o DNOS executará esta e outras obras em nossa cidade mediante convênio, na qual a referida entidade contribuirá com 50% do CUSTO FINAL das obras que realizar.
Os recursos financeiros que possibilitarão a execução desta sonhada realização são pois 50% ou seja: Cr$ 3.600.000,00 do DNOS, e 50% da Prefeitura que serão integralizados mediante financiamento do FPM, dada a obrigatoriedade de sua aplicação mínima de 10% em programa de saneamento.
São pois estas as razões da nossa nobre causa requerendo da Casa a mais esta iniciativa.
Prefeitura Municipal de Patos de Minas, 01 de maio de 1976.
Waldemar Rocha Filho
Prefeito Municipal
* Fonte: Texto publicado com o título “Fim do drama da Vila Garcia e do Mercado: Córrego do Mamoré vai ser canalizado” na edição de 22 de junho de 1976 do jornal Correio de Patos, do Centro de Documentação e Memória do UNIPAM.
* Foto: Um dos parágrafos do texto original.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.