ACNE FELINA

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A acne felina é uma dermatose comum em gatos, de origem idiopática (que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a partir de causas obscuras ou desconhecidas), sem predisposição sexual ou racial. Trata-se de um distúrbio de queratinização folicular e hiperplasia glandular que pode ser complicada por infecções secundárias, sejam elas de causa bacteriana, fúngica ou parasitária. Clinicamente acomete a porção do queixo e inicia-se com a formação de pontos pretos, podendo infeccionar-se e evoluir para foliculite ou furunculose. Geralmente ocorre em gatos adultos ou geriátricos, sendo incomum em jovens, sendo esta uma diferença notável entre a acne felina e as acnes canina e humana, uma vez que estas duas últimas tendem a se confinar à adolescência, podendo ter correlação com a dinâmica de hormônios.

Sua etiologia ainda não é bem elucidada, havendo causa e predisposição multifatorial: alteração do ciclo de crescimento do pelo, hábito pobre de higienização, estresse, predisposição seborreica, produção sebácea anormal, imunossupressão e infecção viral crônica concorrente. Está associada aos cuidados inadequados (ou à falta de cuidado) do felino, mas pode também ser secundária a demodicose, dermatofitose (Microsporum canis) ou infecção por Malassezia spp.

A natureza cíclica da doença pode estar associada à inabilidade de um novo pelo expulsar os plugues queratosebáceos. Infecções bacterianas quando presentes ocorrem secundariamente e associada à ruptura folicular. Uma variedade de bactérias pode estar envolvida como: Streptococcus spp., Pasteurella multocida, Staphylococcus spp. coagulase-positivo, Micrococcus spp., Escherichia coli e Bacillus cereus. Leveduras como Malassezia spp. também são comuns. Alguns relatos estão associados à esporotricose. Também podem estar relacionadas a demodicose, dermatofitose e granuloma eosinofílico. Pesquisadores citam também o envolvimento de dermatite de contato com a acne felina, além de aparecimento inexplicável de acne felina contagiosa em animais de criatórios.

O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e na exclusão de outras causas como demodicose, malassesiose e dermatofitose. O diagnóstico diferencial deve também envolver atopia (alergia) e, laboratorialmente, a análise histopatológica que é uma ferramenta de grande auxílio na caracterização microscópica da lesão. Por se tratar de uma afecção muito comum e de etiopatogenia não muito bem esclarecida, os diagnósticos definitivo e diferencial, além da conduta terapêutica, devem ser baseados em exames laboratoriais.

O tratamento tópico (em uma determinada área) geralmente é adequado para a maioria dos casos, mas casos severos podem necessitar de terapia sistêmica por via oral. A tricotomia (retirada dos pelos) do queixo é o primeiro passo do tratamento, permitindo a limpeza profunda dos folículos cobertos e a aplicação de medicação nas lesões. Uma vez que o queixo de alguns gatos pode estar extremamente sensível, a sedação pode ser necessária. O tratamento deve ser continuado em casa. Os poros da pele abrem-se com a aplicação de calor na região. Um pano deve ser colocado em água quente e, a seguir, deve ser retirado o excesso de água. Em seguida, o pano deve ser colocado no queixo do animal por 2-4 minutos. A aplicação da medicação tópica deve ser realizada após a remoção do pano.

Existem diversos medicamentos disponíveis e a escolha é parcialmente determinada de acordo com a presença ou ausência de infecção. Se a infecção estiver presente, drogas antibióticas e antifúngicas podem ser administradas por via oral, sempre sob a orientação de um Médico Veterinário.

* Fontes: Revistapulodogato.com e brtecsa.com.br.

* Foto: Omeuanimal.com.

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