Bil, lá da Dipam, estava em uma pescadinha de final de semana no Abaeté, juntamente com seus colegas de serviço. No sábado à noite, eles apenas pegaram uns mandizinhos para fazer no jantar e passaram o resto da noite jogando truco e bebendo cachaça. No outro dia, bem cedo, Bil foi para o seu lugar preferido, que é uma pedra grande bem no meio do rio, pois ali ele pesca de sundeiro bem no canal e seva os piaus com quirela. Enquanto ele arremessava o sundeiro, também iscava sua varinha para pegar os piaus. O sol começou a esquentar e Bil resolveu tirar as botinas. Quanto tirou a primeira e foi colocá-la em cima da pedra, esta escorregou e na tentativa de evitar o acidente, aconteceu o pior, a garrafa de pinga foi atrás. Bil ficou meio descabriado e continuou a pesca pensando no que iria dar vir descalço pra casa.

Um mandi no sundeiro, de vez em quando… uma puxada de piau na varinha… e Bil continuava na luta ali em cima da pedra. De repente, um piau maior deu um puxão bem grande, sumindo a ponta da vara dentro d’água. Bil sentiu que o peixe havia escapulido, mas alguma coisa estava presa no anzol. Bil foi levantando a vara com cuidado e, para sua alegria, havia fisgado a botina. A sua alegria foi maior ainda quando ele viu que dentro da botina estava a sua garrafa de pinga.

* Fonte: Texto publicado na coluna Pesca & Prosa (Tião Abatiá) da edição de 06 de setembro de 1993 do jornal Folha Patense.

* Foto: Muraljoia.com.