Na época foi um bafafá danado, lembro direitinho, pois muito se comentou sobre isso aqui dentro de mim. Do que estou falando? Ora, do corte das Paineiras aqui da Avenida Paranaíba¹, sô. Tinha uma belíssima bem em frente que eu gostava de admirar e muito. Só sei que foi uma limpa geral e os comentários […]
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DEIXAREI SAUDADE – 290
Lembro como se fosse hoje da moça daquele anúncio de shampoo falando: – Minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos…! Lembrei desse anúncio porque houve uma mudança significativa em mim, e parodiando aquele anúncio eu digo: – Minhas paredes continuam as mesmas, mas a minha cor…! Não faz muito tempo eu era toda […]
DEIXAREI SAUDADE – 291
É claro que tenho boas lembranças de meus donos e toda a parentada e ainda mais quando eu estava novinha e eles vieram pra dentro de mim. Esse quintalzão aí já teve muitos pés de frutas, verduras, legumes e o muro sempre foi baixo porque praticamente não tinha amigos do alheio. Apesar da simplicidade dessa […]
DEIXAREI SAUDADE – 292
Vou dar uma dica: estou na Rua Duque de Caxias entre suas colegas São Paulo e Curitiba, no Bairro São José Operário. Pergunto: o quem tem aí pra baixo atrás de mim? Quem disse que é a baixada do Rio Paranaíba, palco de inúmeras enchentes, acertou na mosca. Não, eu não me afundei por causa […]
DEIXAREI SAUDADE – 293
No início imaginei que o silêncio dentro de mim seria momentâneo, como já aconteceu outras vezes. Depois, o pessoal voltava e tudo continuava como dantes no quartel de Abrantes. Mas dessa vez foi diferente, pois retiraram todos os móveis, e eu, bobinha, pensei que estavam renovando o mobiliário. A ausência se estendeu demais da conta […]
DEIXAREI SAUDADE – 294
Eis um sujeito batendo palmas. Não, meu prezado, não adianta bater palmas, pois não tem mais ninguém aqui dentro de mim. Eu sou o número 1102 da Rua Dr. Marcolino, entre a Pará e a Maranhão. As ruas, não os Estados, viu! Meu último ocupante foi a D. Branca, que se foi eternamente há quase […]
DEIXAREI SAUDADE – 295
Pequenininha como eu sou, na maioria das vezes nem sou notada nessa rua¹ cujo movimento de carros não é pouco não. Agora, né, pois quando fui erguida isso por aqui era um ermo danado, muita poeira ou muita lama nas ruas esburacadas de terra, com uma casa aqui e outra acolá. Cavaleiros e carroças, tinha […]
DEIXAREI SAUDADE – 296
Que tal o meu estilo, gostou? Repare nos detalhes lá em cima de mim. Antigamente, os construtores, a enorme maioria não formados, possuíam uma capacidade fenomenal de produzir imóveis diferenciados e com detalhes especiais. Quando tiver oportunidade, verifique nos imóveis antigos da Cidade e vai atestar o que estou dizendo. Qual outra característica você percebe […]
DEIXAREI SAUDADE – 297
De que me adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar! Declaro aqui publicamente que eu seria muitíssima mais feliz se tivesse sido construída no campo, seja num simples sítio ou numa garbosa fazenda. Tem dó, Deiró, aguentar essa zoeira de motos, carros com som e essas bicicletas motorizadas não dá. E eu […]
DEIXAREI SAUDADE – 298
Por favor, não queira me entender, porque se nem eu sei como me entender, como é que você vai conseguir me entender. Essa aí é a minha frente, e não a minha traseira. Sacou? Mas peraí, eu não era assim. Tentando um explicamento justificável, eu surgi normal aqui quando a poeira das poucas ruas e […]
DEIXAREI SAUDADE – 299
Os mais rodados devem saber, mas tenho certeza de que os jovens não sabem. É que eu fui construída na época do surgimento do Ginásio Nossa Senhora de Fátima, que hoje é o Colégio Marista, e essa praça era apenas um descampado que tinha o nome de Praça XV de Novembro, e hoje atende pelo […]
DEIXAREI SAUDADE – 300
Era tiro e queda: lá por volta das cinco e pouco da tarde meu dono chegava da labuta na roça do Seu Pereira e quase todos os dias catava umas minhocas, pegava seu embornal e a vara de bambu e descia para o Ribeirão Água Limpa, logo ali embaixo¹. Com a noitinha tomando conta da […]